Psicoterapia
Sabe-se atualmente que parte do sofrimento humano radica nas formas de relacionamento do indivíduo com os outros e do indivíduo com ele mesmo. Este sofrimento diz por vezes respeito a aspetos cognitivos, afetivos e emocionais, tanto da esfera pessoal como da esfera social. Por diferentes razões, nem sempre o ser humano consegue ultrapassar sozinho as suas próprias dificuldades, projetando-se estas frequentemente no campo interaccional, ou seja, no campo comunicacional.
Constituindo o campo interaccional o meio social no qual se move o indivíduo, este tanto pode ser facilitador como constituir um bloqueio ao seu desenvolvimento integral. De acordo com os pressupostos de Carl Rogers, o ser humano tem em si próprio as potencialidades para se desenvolver e fazer desenvolver, mas nem sempre as condições ambientais são facilitadoras desse desenvolvimento.
Quando assim é, surgem as patologias como indicadores do sofrimento e do bloqueio ao desenvolvimento humano. Como resposta a esta situação, a Psicoterapia Centrada na Pessoa, desenvolvida por Rogers, propõe a comunicação autêntica como solução fundamental para estes problemas. A comunicação é, assim, o centro dos problemas, mas é também a terapia para os mesmos.
A comunicação situa-se no campo da psicoterapia a dois níveis: patológico e terapêutico. Como a comunicação é também o processo social básico da vida em sociedade, encontramos aqui uma ponte entre psicoterapia e sociologia. Eis o desafio que constitui para mim trabalhar nestes dois campos da ação humana.